Paróquia

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A paróquia de Mogofores é consagrada a Nossa Senhora da Conceição, a sua padroeira.

Mogofores orgulha-se de D. José Xavier Cerveira e Sousa, falecido em 1862, sacerdote doutor em teologia e lente da Universidade de Coimbra, que foi pároco de algumas freguesias da Bairrada, nomeadamente em Aguada de Cima, concelho de Águeda, e mais tarde bispo de Funchal, Beja e Viseu. O seu túmulo está em Mogofores na Capela dos Pintos junto ao altar da Sra. da Piedade, na Igreja Paroquial.

A freguesia

Mogofores é topónimo de origem árabe. Foi uma freguesia portuguesa do concelho de Anadia, com 2,13 km² de área e 820 habitantes (2011). Densidade: 385 hab/km². É atravessada pela Linha do Norte, tendo estação onde param comboios regionais e alguns interregionais. A cidade de Anadia fica a poucos quilómetros.

A freguesia foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Arcos, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Arcos e Mogofores com sede em Arcos.

Mogofores foi vila e breve concelho no final da Idade Média e foi um curato da apresentação do prior de S. Paio de Arcos. Na posse da mitra e do cabido conimbricense, embora em separação, aí se formaram prazos familiares, por aforamento desses senhorios.

Recebeu foral de D. Manuel em 12 de Novembro de 1514. Constituiu, até ao início do século XIX, o couto de Mogofores. Em 1801 tinha 240 habitantes. Atualmente tem menos de 1000.

Figura ilustre da localidade foi o Visconde de Seabra, primeiro visconde deste título, António Luís de Seabra, brilhante jurisconsulto, nascido em 2 de Dezembro de 1798 a bordo da nau Santa Cruz. Foi Par do reino, ministro de Estado, juiz conselheiro do Supremo Tribunal da Justiça, deputado e reitor da Universidade de Coimbra. Simpatizante dos ideais liberais, defendeu-os muitas vezes de armas na mão. Quando se deu a modificação política de 1823 pediu a demissão de juiz de fora em Alfândega da Fé e retirou-se para a casa paterna em Vila Flor, dedicando-se a trabalhos literários, tendo traduzido as Sátiras e Epístolas de Horácio. Em 1825 foi nomeado juiz de fora para Montemor-o-Velho, e no ano seguinte escreveu uma ode dedicada à infanta regente D. Isabel Maria.

Quando faleceu na sua quinta de Santa Luzia, em Mogofores, em 29 de Fevereiro de 1895, estava aposentado como juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça. O título de visconde foi-lhe concedido pelo rei D. Luís em 25 de Abril de 1865. Em 1952, em Mogofores, foi-lhe prestada grandiosa homenagem e erigido um busto em frente ao Palácio da Justiça e dando à praça o seu nome.

Foram igualmente figuras ilustres da localidade o Barão de Mogofores e o Barão do Cruzeiro. O Barão de Mogofores, Manuel Ferreira de Seabra Mora e Silva, primo do Visconde de Seabra, foi o primeiro e único barão deste título. Nasceu em 17 de Novembro de 1786 e faleceu em 21 de Outubro de 1872. Foi Juiz do Supremo Tribunal de Justiça e deputado na legislatura de 1840-1841. Escritor e poeta — publicou várias composições poéticas dedicadas a várias personalidades e poesias dispersas sob o pseudónimo de Elmano Conimbricense. O título foi-lhe concedido em 20 de Maio de 1869 por D. Luís.

Francisco Luís Ferreira Tavares foi o primeiro barão do Cruzeiro. Nasceu em Albergaria-a-Velha em 19 de Fevereiro de 1852 e morreu em Mogofores em 13 de Dezembro de 1912. Era abastado proprietário no concelho de Anadia. O título foi-lhe concedido por D. Luís em 28 de Outubro de 1875. O brasão foi-lhe concedido por alvará de 15 de Junho de 1876. Era bisavô do cançonetista e compositor José Cid.